Dicas de Estudo

Educadora com TDAH cria método para ensinar pessoas a estudarem sozinhas

Autora do livro ‘Já Entendi’, Gladys Mariotto, transforma metodologia própria de aprendizagem em diferentes plataformas que contemplam perfis diversos de estudantes 

Pedro Henrique Bittencourt tem 18 anos e está se preparando para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela primeira vez. “A preparação tem sido nada fácil”, ele afirma. Isso porque, aos 10 anos, o jovem foi diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). E a trajetória até o segundo grau foi uma dura batalha entre livros e mudança de escolas. O adolescente tinha muita dificuldade para assimilar os conteúdos ministrados de forma convencional e sempre precisou de ajuda de professores particulares. A realidade de Pedro é bastante comum entre crianças e adolescentes atualmente. Bem mais do que possamos imaginar, mas pode ser contornada de forma prática, fácil e objetiva. Foi exatamente o que fez Gladys Mariotto, empreendedora por trás da Já Entendi, startup de inteligência educacional que utiliza metodologia de aceleração de aprendizado por meio de diversas plataformas, como videoaulas, jogos educacionais, aplicativos para tablets e smartphones e, agora, em livro de 206 páginas, publicado pela Editora Planeta.

Na publicação, Gladys conta como surgiu o método e dá dicas de como aprender mais e melhor, estudando sozinho. A Já Entendi surgiu da própria experiência da autora, diagnosticada com TDAH, já adulta. Quando estava com 36 anos, ela decidiu voltar a estudar. Era frustrante não ter feito uma faculdade, como descreve no livro – adiou o projeto durante 19 anos, porque engravidou cedo e se casou. Foi quando descobriu ter déficit de atenção e hiperatividade. Resolveu, então, por conta própria, fazer resumos do conteúdo pré-vestibular das apostilhas do filho, para fixar a aprendizagem. “Percebi que a leitura por si só não fazia efeito para mim e decidi incrementá-la. Fazia cópia das apostilas, recortava e colava partes importantes dos textos, fazia resumos, desenhos, anotações, coloria os tópicos principais. Enfim, o resultado foi que consegui turbinar a leitura, fazia aqueles textos criarem vida e se tornarem autoexplicativos.”

 Surgiu, assim, o embrião do método. A autora passou em sexto lugar no vestibular para belas artes, formou-se aos 40 anos, começou a trabalhar na área e, ao mesmo tempo, iniciou nova graduação, em filosofia, uma pós-graduação em história da arte e um mestrado. No meio do furacão de atividades, seu filho mais novo, então com 8 anos, teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Estudar e ter uma carreira era um sonho se realizando, mas nada se comparava à recuperação do meu filho. Foquei toda a minha concentração no meu filho e, quando ele saiu do hospital e, com sua gradativa recuperação, a vida foi voltando ao normal. Mas ficou mais difícil me concentrar nos estudos. Foi quando a metodologia me ajudou mais uma vez.” 

Logo depois, ela recebeu um convite de um amigo para escrever um livro para uma grande instituição de ensino, baseado na sua experiência de aprendizagem. “Vieram outros convites depois e passei a ser reconhecida como a autora que todos entendiam. Foi daí que surgiu o nome.” 

INOVAÇÃO A metodologia própria acabou se tornando uma atividade profissional. Gladys escreveu 36 livros didáticos, incluindo o Já entendi, e produziu 30 filmes educativos. Em 2012, pôs no ar o site www.jaentendi.com.br, fruto de um projeto de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, desenvolvido com o objetivo de oferecer ao mercado uma solução de inteligência educacional concentrada na aceleração do aprendizado. A autora já recebeu diversos prêmios pela iniciativa e ganhou destaque ao apresentar o projeto em países como Japão, onde foi finalista do Japan Prize 2010, competição mundial de mídia educativa, e Cuba – a convite da Unicef, apresentou o projeto como exemplo de educação inovadora. 

Aqui no Brasil, a metodologia já foi aplicada com foco no Enem e também para explicar obra de filosofia de Nietzsche a alunos de escolas públicas, em Curitiba. De maneira organizada e sistematizada, o mais novo livro é um resumo de todo esse trabalho de sucesso. A obra é capaz de estimular o potencial que há em cada pessoa e aflorar as habilidades escondidas. Para isso, de acordo com a publicação, é importante saber qual o conceito de estilo de aprendizagem de cada um (visual, auditivo e cinestésico) conforme definições da psicologia. Algumas pessoas têm preponderância extrema em determinado canal e, por esse motivo, é importante saber de qual canal se trata para poder adaptar suas estratégias de estudo.

https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2015/10/13/noticias-saude,186934/educadora-com-tdah-cria-metodo-para-ensinar-pessoas-a-estudarem-sozinh.shtml

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Bom Aluno Londrina

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